quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010





" Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda e me entristece, que me mata trazendo tudo o que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase morreu ainda está vivo, quem quase amou, não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que perderam por medo, nas idéias que nunca saíram do papel, por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me ás vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna,ou melhor, não pergunto, a resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos 'bom dia' quase sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece e o desejo traí, talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada mais não são se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige, nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um tras dentro de si. Não é que a fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance. Para as coisas que não podem ser mudadas, resta-nos apenas pacência, porém preferir a derrota prévia a dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros o perdão, pros fracassos, chance, pros amores impossiveis, tempo. De nada adianta cercar o coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo o fim é instântaneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina o encomode,que o medo o impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você, gaste mais tempo realizando do que sonhando, fazendo, que planejando, vivendo, que esperando, porque embora quem quase morreu esteja vivo, quem quase vive já morreu..."

LFV

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